sexta-feira, 31 de outubro de 2025

DOIS EBOOKS HORROROSOS PRA VOCÊ


Sim, divulgando meus próprios ebooks, pois são muito bons e deram trabalho para fazer. "O Caminhante" é uma história de mistério, suspense e terror. Tudo começa quando um velhote quase sem forças e completamente nu aparece no meio de uma rua deserta, implorando por ajuda. O problema é que era tarde da noite e ele foi abordar uma mulher que tinha acabado seu trabalho e estava a caminho de casa. Imagine se não deu ruim para ele. Muita coisa acontece. Muita coisa mesmo. O livro tem momentos trasheira, reflexivos e até uma breve pitada de espiritismo ao final. É pura diversão para quem curte ler e dizer "que horror!".

Já o "Reborn" traz contos com esse tema. Os leitores têm gostado muito do "Pacote de Presente". Eu me diverti escrevendo todos, mas não compreendo porque esse acabou marcando tanto, mas fico feliz e todo satisfeito. Não tem coisa melhor do que obter feedbacks de sua obra. Tive, inclusive, uma leitora que tomou a iniciativa de conversar comigo pessoalmente. Foi mágico. 

Ambos estão na Amazon. Custam apenas 5,99 e estão de graça para assinantes do Kindle Unlimited.



Um abraço.

P.S.: amigos blogueiros, desculpem a ausência, às vezes é assim mesmo.

segunda-feira, 27 de outubro de 2025

O MENINO MALUQUINHO EM QUADRINHOS

Em Outubro de 1989, as bancas de jornais e revistas receberam a edição n° 1 de "O Menino Maluquinho", personagem tão famoso e querido do unvierso infantil de livros, criado por Ziraldo que, por sua vez, não era nenhum amador nesse universo dos quadrinhos, vez que muita gente já conhecia Pererê e sua turma.

O Menino Maluquinho tinha apenas 68 páginas, mas as folhas bem brancas e de gramatura maior encorparam o formatinho. A capa vermelha com o protagonista em destaque também chamou bastante a atenção. Ele segurava uma etiquetadora de preços, uma prévia para a primeira história que se passava em um supermerado. Vale lembrar que era uma época econômica difícil, a moeda se chamava Cruzado Novo, pois o Cruzado antigo tornara-se facilmente obsoleto. Uma crise que abalou muita gente, imagine o desafio de lançar uma revista nova, então! Essa edição custou quatro cruzados novos e cinquenta centavos - NCz$ 4,50.

segunda-feira, 20 de outubro de 2025

QUADRINHOS E FASTFODA

Há certo tempo, adquiri um punhado de revistas que considero um negócio da China. São edições antigas de TEX, o personagem mais conhecido do universo de quadrinhos Bonelli, que também possui outros personagens, todos trazendo arte e aventuras claramente dirigidas para o público adulto, o que considero muito bom, pois há muito se ouve, por aí, que histórias em quadrinhos são um tipo de leitura para crianças, e dizem isso como se fosse algo anormal, inadequado, inóquo a um adulto ter vontade de ler historinhas em quadrinhos, assinar pacote de revistas, participar de grupos na Internet para trocar uma ideia com os demais. A ignorância do brasileiro fiscal de fiofó alheio é demais. 

Hoje, alguns desses preconceituosos agem como autoridades no assunto ao vomitar suas pérolas de excremento nas redes sociais e plataformas de vídeo. A essas hienas carnicentas eu digo: dinheiro não leva desaforo para casa. Se eu tenho como obter minhas revistas, se posso lê-las em paz, se gosto desse tipo de lazer, não cabe a ninguém mais fazer julgamento se este ou aquele material a ser consumido é adequado para mim, pois eu, simplesmente, não tenho que dar satisfações a ninguém sobre cada coisa que leio. E, sim, posso compartilhar, mostrar minha felicidade e meu descontentamento também, quando houver, e ninguém tem o direito de abrir os bicos trevosos no intuito de desmoralizar minhas preferências.  

Publicado no Brasil desde 1951, Tex até hoje tem uma legião de leitores bonelianos, é assim que eu chamo os admiradores do universo de quadrinhos Bonelli. Em 1971, vinte anos depois, Tex ganha sua própria revista pela editora Vecchi. Até então, as aventuras eram publicadas em uma outra, intitulada de "Júnior", que era horizontal, da editora Globo e dizem que lembrava um talão de cheques. Eu nunca vi, nem sei se me agradaria o formato. O que importa é que a publicação ultrapassou gerações e continua, agora, pela editora Mythos, embora outras editoras também consigam trazer alguma coisa, atualmente, o que é bom, pois representa interesse na continuidade do legado boneliano.  

A foto que verá abaixo tem data de 2021, mas as revistas provavelmente foram publicadas muito tempo antes, pois eu as encontrei à mostra em uma feira de antiguidades bem manjada para quem mora em Ribeirão Preto e costuma ir ao Novo Shopping. Seu excelente estado me impressionou: elas chegam a cheirar como novas, indicando que foram pouco manuseadas ao ler, se é que foram lidas -- eu mesmo, ainda não criei vergonha na cara para lê-las; estão guardadas em meio a outras mil e tantas.

Se alguém nunca viu uma dessas revistas, elas são um pouco menores em relação ao tradicional padrão "formatinho" que contemplou a maioria dos títulos mais simples do que os gibis que costumavam ir às bancas. Pouca coisa de diferença, mas é algo que se nota ao ler os balões dos diálogos, por exemplo, que ficam menores e dificultosos ao público que tem mais de 40 anos. As imagens dos quadrinhos nas páginas são em preto e branco, sem essa de tons de cinza, apenas preto e branco em uma arte muito bem detalhada, feita por desenhistas de primeira, que manjam bastante de anatomia, luz, sombra, perspectiva, eles são, de fato, excelentes nos desenhos. 

Como adquiri um bom par de óculos de leitura, percebo maior conforto para ler e escrever. Não fico mais mexendo a musculatura do rosto ao redor dos olhos, como era frequente fazer e achava normal, porém me cansava, meus olhos até ficavam lacrimosos. Quem sabe, agora, eu me aventuro nesse universo também? 


Embora já tenha se passado quatro anos desse dia, digo que esse não foi meu primeiro contato com os quadrinhos Bonelli. A foto a seguir traz a data de 10 de Janeiro de 2019, uma aventura chamada: "As Escravas Do México". Eu li a revista naquele mesmo período, mas confesso para vocês que não me lembro de praticamente nada que tenha uma certa consistência a qual me propiciaria compartilhar como foi essa experiência. O que lembro são vagas cenas de algumas páginas, que gostei e na época fiquei querendo mais, só que acabou aí.

Saudades de quando o pobre (como eu) podia comer um combo básico no Burger King. Durante um bom tempo, fiz a migração para o Méqui. O lanche não era tão bom quando o do King, mas as batatinhas e o refrigerante 500ml faziam compensar. Como sou muito ferrado, cada centavo faz a diferença, e isso fez com que, esta semana, eu me despedissse também de ser um cliente assíduo dessa rede. Sumiram com o combo básico, "Irresistíveis do Méqui", onde, por R$ 15,98, você comia um hamburguer mirrado, uma porção satisfatória de batatinhas e 500ml de refri. Substituiram-no por um outro que custa R$ 22,90 (não lembro se é 90 ou 99 centavos). Olhei e percebi que se tratava do mesmo combo de sempre, mas acrescido da oferta da tal sobremesa (soverte de casquinha) de baunilha. Então, agora, eu era forçado a obter a casquinha de baunilha... Mas, se fosse só isso, até que estava bom. Só que não! 

O hambúrguer era o mesmo sem-vergonha de sempre. Como eu odeio esse hamburguer do Méqui! Será que eu posso falar que odeio o hambúrguer do Méqui? Tô com medo! Sério! Ah, Ah! 

Mas ele é tão pequeno, simples e esquisito... Sei lá, a textura é estranha, o cheiro também, parece que o pão foi achatado nas virilhas dos funcionários, antes. É muito... sei lá! Mas, a gente come, né? 

As batatinhas que eu amava foram a minha maior decepção: a porção que já era pequena, mas eu até considerava satisfatória, foi reduzida pela metade. Sério! Achei o cúmulo da safadeza! Minha vontade era voltar lá e mandar enfiarem aquilo no..., mas pobre e gordo tem um amor imenso à comida, então, mesmo contrariado, eu comi. 

Para completar, o refri que era de 500ml mudou para 300ml, mas era um copinho minúsculo do que parece ser papel encerado (hoje em dia é padrão em todo lugar) cheio de gelo. Eu comprei gelo com coca, em vez de coca com gelo! 

Sem falar nas bandejas sujas que simplesmente são reaproveitadas sem serem limpas. É, agora que estou revoltado, não vou passar pano para a falta de higiene dessa rede que nos oferece comida em bandejas sujas, tão sujas que dá para ver os farelos do cliente anterior na beirada delas, ou o brilho ensebado da gordura do lanche, a sujeira que foi tirada com um esfregão de um guardanapo. Em algumas, é possível notar os resquícios de catchup. 

E o sorvete? Estava bom? Uma bosta! Era obrigatório pedir o sorvete no mesmo balcão em que retirei a bandeja com o lanche, eu tinha que guardar a tal da notinha, eu não podia ir no guichê ao lado, que era só para os sorvetes. Um porco me atendeu e colocou o creme de baunilha de qualquer jeito na casquinha. Parecia uma Torre de Pizza. Deu vontade de enfiar na bunda dele, mas, se eu fizesse isso, era bem capaz de ele me seguir para descobrir onde eu moro (querendo mais).

Enfim, vou ficando por aqui. Não lamento ficar sem essas redes para consumir. Tudo tem seu lado bom. Lamento é que o Brasil esteja à mercê de produtos que só pioram. Comida cara servida em bandeja suja, e ainda te olham como se lhe fizessem um grande favor, só faltam dizer "não encha o meu saco". Mas, infelizmente, é o que o povo geralmente gosta e merece. Sim, o povo merece. 


terça-feira, 14 de outubro de 2025

REFLEXÕES EM CIMA DO MURO

Hoje a postagem tem assunto político. Detesto política e quero anos-luz de distância das pessoas que ficam falando: "mas a política está em tudo, você deveria, sim, falar de política", como se eu fosse um retardado por me recusar a ficar nesse rame-rame extremista que só beneficia esse grupo político de marajás e, talvez, muitos alpinistas sociais. Quem faz parte dessas massas de manobras é que deveria ter a mente estudada.

Não querer fomentar massas não me impede de comentar, vez ou outra, sobre isso. Embora todas as vezes em que eu fazia, sentia um profundo arrependimento depois, tamanho desgaste interno. Mas vi um um comentário do Jotabê, no blog do Eduardo, que me chamou a atenção. Estava pronto para comentar lá, mas, no último segundo eu pensei que seria melhor colocar aqui mesmo, no meu espaço, então vamos lá! 

Primeiro, o comentário de Jotabê à postagem de Eduardo:

Com este texto você sinalizou ou exibiu todo o ódio que tem pelo Lula. Eu não gosto dele nem do PT, nunca gostei e sempre deixei isso claro nas postagens mais antigas. Hoje, totalmente desencantado com os políticos brasileiros (que se originam do povo, é bom lembrar), tudo o que eu quero e peço é um governo não autoritário. Se vai roubar, se já roubou, não faz nada além do que sempre se praticou no Brasil. Ignorar ou esquecer-se disso é vacilo ou má vontade.

A afirmação sobre o pobre e trabalhador só ter valor na época das eleições não é um mea culpa, é a exposição da realidade que se vê em todo o país, seja em uma eleição para vereador ou presidente da república. Cestas básicas, sandálias de borracha, óculos, tudo é utilizado para seduzir o miserável.

Uma coisa que o Lula defende e que provavelmente nunca acontecerá é a taxação diferenciada dos super-ricos, tal como acontece em outros países. Aqui, infelizmente, os super ricos sempre farão de tudo para pagar menos impostos. E conseguem “convencer” os eleitores de que estão corretos. Mas foda-se o mundo, fodam-se todos.

Agora, meus pensamentos em resposta a Jotabê:

"...Eu não gosto dele nem do PT, nunca gostei e sempre deixei isso claro nas postagens mais antigas", mas depois você reconhece as medidas que só o governo dele tem a coragem de tratar e talvez não seria sequer colocada em pauta se o chefe da cadeira de Estado fosse outro. Ainda cita que nos outros países isso já acontece. Pois é, o Brasil é um país de um povo metido a besta que vive achando que está evoluindo, mas não passa de um povo atrasado. A informática chegou atrasada aqui, a Internet também, o próprio Pix já existia em alguns lugares. Só tem outro nome, mas esse sistema de transferência monetária instantâneo, onde o dinheiro está disponível na hora, existe desde 2004, mas ainda hoje propagam que o Pix é uma invenção do Brasil. Não. Não é. Do Brasil só tem o nome "Pix", semelhante a Pica, pra sempre ficar entendido a fodeção. Propaga-se uma coisa eleitoreira na Internet e todo mundo (o gado burro) acha que é verdade. Não foi Bolsonaro quem criou o Pix, e o Pix não é criação brasileira coisa nenhuma. Veja:

PaísSistema de PagamentoData de Lançamento
Reino UnidoFaster Payments Service (FPS)Maio de 2008
MéxicoSPEI (Sistema de Pagamentos Eletrônicos Interbancários)2004 (substituindo um anterior)
ÍndiaUPI (Unified Payments Interface)Abril de 2016
Zona do EuroSCT Inst (SEPA Instant Credit Transfer)Novembro de 2017
AustráliaNew Payments Platform (NPP)Fevereiro de 2018

E "colando" aqui a parte de um comentário que deixei no post do próprio Jotabê, no blog dele, eu digo que me arrependi de ter votado no molusco, mas com Bolsonaro, talvez, não seria diferente. E não acho que deixando de votar no molusco as coisas serão diferentes. A única diferença é que quem vota nele aprova seu governo, reconhece nele a melhor opção. Mas, na prática, quem ganhar, não mudará os rumos de nada. Sabe um dizer da Dilma, uma vez, bem confuso, que terminava dizendo que todos perdem? Já estamos nisso.

Pois é, Seu Zé! E termino colocando o texto atribuído a Ivan Lins e Vitor Martins, uma música que gosto muito, uma pérola na interpretação de Elis Regina: CARTOMANTE.


Nos dias de hoje é bom que se proteja
Ofereça a face pra quem quer que seja
Nos dias de hoje, esteja tranquilo
Haja o que houver pense nos seus filhos
Não ande nos bares, esqueça os amigos
Não pare nas praças, não corra perigo
Não fale do medo que temos da vida
Não ponha o dedo na nossa ferida
Nos dias de hoje não dê um motivo
Porque na verdade eu te quero vivo
Tenha paciência, Deus está contigo
Deus está conosco até o pescoço.
Já está escrito, já está previsto
Por todas as videntes, pelas cartomantes
Tá tudo nas cartas, em todas as estrelas
No jogo dos búzios e nas profecias
Cai o rei de espadas, cai o rei de ouros
Cai o rei de paus, cai, não fica nada!
Cai o rei de espadas, cai o rei de ouros
Cai o rei de paus, cai, não fica nada
Cai o rei de espadas, cai o rei de ouros
Cai o rei de paus, e cai, não fica nada
Cai o rei de espadas, cai o rei de ouros
Cai o rei de paus, e cai, não fica nada
Cai o rei de espadas, cai o rei de ouros
Cai o rei de paus, e cai, não fica nada
Cai o rei de espadas, cai o rei de ouros
Cai o rei de paus, e cai, não fica nada
Cai o rei de espada, cai o rei de ouro
Cai o rei de pau, e cai, não fica nada
Cai o rei de espadas, cai o rei de ouros
Cai o rei de paus, e cai, não fica nada
Cai o rei
Cai o rei
Cai alguém

domingo, 12 de outubro de 2025

TURMA DA MÔNICA E GARFIELD


 "Turma da Mônica & Garfield em: O Lápis Mágico: Uma Omniaventura", para mim, trata-se de um trabalho emblemático que os estúdios do Mauricio de Sousa produziram nessa fase atual da editora Panini. O tamanho é generoso: são três revistas grandes, no estilo dos "Clássicos do Cinema" da turminha, contendo apenas 36 páginas no total. Isso mesmo, incluindo a capa e a contracapa. 

A arte em geral está linda, tanto nas capas quanto nas páginas que, por sinal, estão branquinhas. As capas são moles, de fato, bem ao estilo de "Clássicos do Cinema". Acredito que foi uma forma de tornar mais acessível, apesar do preço de cada uma terem sido brutais R$ 12,90. Será que não podiam ter deixado por R$ 9,90? As revistas foram publicadas em 2022, sendo a primeira em Março, a segunda em Abril e a terceira em Maio. Nas bancas, com um pouco de sorte, era possível encontrá-las um pouco depois desse período.

A história começa com uma apresentação sobre a Marina ser filha do Mauricio real e ter ganhado dele um lápis mágico. Em uma das brigas de Bidu e Bugu, os dois acabam indo parar no núcleo da Mônica, bem quando Mônica está com Marina e ela mostra seu lápis mágico. Bugu aproveita, toma o lápis dela, sai correndo e abre um portal, rapidão, fugindo para outra dimensão. Ele vai parar no universo de Garfield. O gato não fica nada feliz ao constatar a presença dele em uma segunda-feira de manhã. Vale lembrar que Garfield nunca fica feliz às segundas-feiras, ainda que nada aconteça. Ainda na primeira revista, Garfield vai com Bugu para o universo da turma da Mônica. O desfecho dessa situação atribui alguma importância à participação da Milena.

Na segunda revista, Marina leva a turminha para uma visita no universo do Garfield. Vão Marina, Bidu, Bugu, Mônica, Cebolinha, Cascão e Magali. Apesar de surpreso e de ser (de novo) segunda-feira, Garfield está receptivo, deixando todos bem à vontade em casa, mas tão à vontade que Magali foi xeretar no que tinha para comer e é nesse momento que nos deparamos com um vilão: o monstro de lasanha. Na verdade, ele já tinha aparecido na primeira revista, com Capitão Feio, mas apenas para nos fazer entender que haveria uma continuação. 

O monstro pegou a Marina. Velhotes como eu, ao bater os olhos na cena, se lembram do clássico momento em que King Kong pega a loura linda. Ainda bem que não trocaram a Marina pela Milena. A Marina é bonita e representa bem a referência da mulher no icônico filme do gorila. A Milena, nem tanto. Na verdade, acho que "comeram bronha" sobre isso. Em tempos onde a Disney muda Ariel sereia e até a própria Branca de Neve, daria perfeitamente para a Milena ter sido colocada no lugar da Marina, mas sequer introduziram a menina nesta edição. Abafa... rsrs...

Preciso dizer que, como essa parte se passa no universo do Garfield, colocaram alguns personagens dele também, em pontas, o que achei super válido, pois eu nem conhecia todos. Eu nem sabia, por exemplo, que tinha um palhaço. Também achei legal o Garfield atual contracenando com o dos primórdios, bem mais balofão e antipático.

A terceira revista é focada no resgarte de Marina. Ela e o monstro de lasanha vão parar em um lugar chamado Omniuniverso, uma espécie de local transitório, um tipo de vácuo ou buraco negro entre os demais universos. É lá que uma batalha acontece. Sim, pois muita gente é chamada para uma verdadeira guerra. Coisa do Capitão Feio. Vilões de vários núcleos da turma da Mônica e do Garfield contra os mocinhos de cada núcleo. 

Críticas
Apesar de muitos personagens fazerem suas pontas e da grande movimentação na trama, achei a edição mais fraca dentre as três. Talvez, muita gente possa discordar, encantados que tenham ficado com a enxurrada de personagens. Eu preferiria algo mais envolvente e coerente, ainda que o núcleo permanecesse reduzido. A intenção real foi apresentar aos leitores a variedade de personagens que compõem tanto a turma da Mônica quanto o universo do Garfield. De certa forma, foi interessante, principalmente em relação ao gato.

Achei a palavra "omniuniverso" nada a ver. Uma palavra que não é fácil de se guardar na mente e nem tem relevância. Alguma criança aprendeu o que significa isso? Não. E os velhões? Nem fomos atrás de pesquisar. Pois é... Poderiam ter deixado apenas como "Turma da Mônica & Garfield" ou, já que fazem questão de um subtítulo (desnecessário), em vez de ser "O Lápis Mágico: Uma Omniaventura", poderiam simplesmente ter colocado "O Monstro de Lasanha", ou "Uma Aventura com o Lápis Mágico", qualquer coisa mais fácil e que estimule o imaginário infantil. "Omniaventura" não estimula coisa nenhuma, é difícil, é brochante. A própria palavra "omniuniverso" é inóqua.

Alguem teve a infeliz ideia de pensar que esse termo, por ser tão inédito, despertaria a curiosidade nas pessoas. Uma vez curiosas, demonstrariam interesse em adquirir, mas cometo o atrevimento de afirmar que esse tipo de raciocínio não é nada bom quando temos uma evacuação em massa de leitores que não se sentem mais contemplados diante do conteúdo que vem sendo, há tempos, modificado. Quanto mais facilitado é o entendimento do produto -- que tem como finalidade ser algo diferente, interessante, envolvente e divertido --, maior é a chance de aceitação e maior é o consumo. Quanto mais se identificam logo na primeira olhada, mais provável é a chance de consumirem. Coloquem algo esquisito e não gerará atração. Curiosidade nem sempre proporciona vontade, ainda mais quando as pessoas estão arredias. É impressionante que eu, que nem tenho curso superior em publicidade e propaganda, marketing, nada, tenho que dar uma aula para formandos. Mas, enfim, quem é que liga?!

Outro ponto a ser colocado é que, infelizmente, não vi os créditos. Não estão em um lugar fácil de saber quem foi o roteirista, o desenhista, o arte-finalista, o colorista... "Ah, você acha fácil no site tal". Deveriam constar fácil em cada uma das revistas.  

Para terminar, recomendo demais esta aventura em trê partes. Nós, os jurássicos, nos sentimos bem e o público novo também, pois ficará confortável, apesar do risco de não sacarem algumas referências, já que são crianças. Os desenhos e a colorização estão lindos, impecáveis. Vale muito a pena.

Para a versão em vídeo, onde mostro o interior de cada uma (e consegui a proeza de errar a ordem delas), clique aqui

domingo, 5 de outubro de 2025

LER PARA QUÊ? COMO É COM VOCÊ?

Gosto de vídeos onde vejo as pessoas recebendo livros, abrindo e falando alguma coisa a respeito. Fico olhando a reação delas, o jeito de se comunicarem. Assisti tanta coisa ao longo desses anos no Youtube, que considero interessante esses canais que mostram alguém desempacotando os livros, porque, por mais parecidos que sejam, nenhum é igual ao outro, cada pessoa se expressa de um jeito.

O último que vi me chamou a atenção, é uma adaptação da história Guerra e Paz. Não gosto dessa coisa de mudarem a obra original, a não ser, é claro, quando querem fazer com que um público juvenil (por exemplo) já tenha uma base da obra, mas, mesmo assim, tenho minhas ressalvas, apenas respeito, por ver um contexto digno. Agora, eu penso, se a obra tem o mesmo público, por que mudar? 

"Ah, a original é longa, enfadonha, cansativa, queremos torná-la mais dinâmica para alcancar mais leitores..." -- Só que esses leitores não conhecerão a obra de verdade. O que eles verão é uma versão dela. Quem lê Guerra e Paz com 200 ou 100 páginas, sei lá, não está conhecendo de verdade essa obra. Quando as pessoas vão entender que a pegada de ler não é apenas saber do que se trata a história? É se envolver. 

Eu nunca li Guerra e Paz. Desanimo só de pensar. Mas vejo pessoas se habilitando nesse tipo de leitura para depois ficarem por aí, falando a respeito, como se fossem conhecedoras do conteúdo, como se transmitir algo sobre a obra em questão lhe conferisse algum tipo de status superior. Pra quê?

Tem gente que curte histórias dinâmicas. Essas pessoas realmente não terão saco para ler um livro, por exemplo, onde fala do vestido da Maria. A história, então, fica três páginas explicando como é lindo o vestido da Maria e mais cinco explicando o motivo de ela estar usando-o para o fim específico. Cada um tem que ler aquilo que está de acordo com suas afinidades. Mudar uma história, torná-la mais ágil, sei lá. Não sei até que ponto isso é válido. Como se dá esse envolvimento? Será possível se envolver? Não sei.

Dia desses me lembrei da obra de José Saramago, Ensaio Sobre A Cegueira. Lembrei que já faz um ano que a reli. Eu queria saber o que ocasionou a cegueira leitosa na população e, principalmente, o desfecho dessa situação. Eu não me lembrava desse pequeno detalhe: como ela veio e como se foi. Só que essa obra, Ah! Ah!, a escrita dela é toda embolada. Parágrafos imensos. No meio desses parágrafos estão narrações, pensamentos, diálogos, tudo junto e misturado e daí, você, maravilhosamente, por um milagre de seu próprio entendimento, vai desenrolando todo esse novelo de lã e ficando a par de tudo o que etá acontecendo.

Outra obra que reli foi Labirinto da Morte, de Phillip K. Dick, já tem uns dois anos ou mais, eu acho. Pela terceira vez. Comprei o livro no Carrefour, na era jurássica. Lembro que paguei barato, pois, se fosse caro, eu nem compraria. Cresci ouvindo de meu pai que livro não se compra, então, se comprei, foi porque estava realmente bom. Li tudo e adorei, mas nem sabia quem era o autor. Gostei de graça, digamos assim. Só depois de uns anos, sim, recentemente é que me inteirei sobre QUEM é o fulaninho, então me senti o cara mais pateta do planeta, por ter lido sem saber um livro de uma celebridade de respeito no campo da ficção científica, fantasia e distopia. 

Hein? Chico Bento? Não, meu nome é Fabiano, eu acho... 

A segunda vez, eu li quando já soube de quem se tratava. Todo mundo falava tanto nas obras desse autor, que eu resolvi ler de novo. Embora eu tenha gostado da história, não foi lá algo que eu considerasse monumental. Então pensei que, lendo novamente, prestaria mais atenção em coisas que talvez tivessem me passado despercebidas. Gostei muito, só que foi a mesmíssima experiência. Aonde estava tudo aquilo que os leitores tanto falavam?

A terceira vez veio depois de uns anos. Mais maduro, com cabelos grisalhos, outro entendimento sobre a vida, pensei que talvez eu compreendesse coisas que antes não era capaz de perceber. Só que não! Foi a mesma coisa. E nas três vezes eu não entendi o último parágrafo. Deu a entender que tudo o que aconteceu em Delmak-O não passou da imaginação de Seth Morley. Ai, meu Deus! Será? Quero acreditar que tem algo tão complexo que não fui capaz de identificar! Ah, Ah!

O terceiro livro que reli foi em ebook, daquele autor proibidão porque falam que ele é homofóbico e racista: Monteiro Lobato, O Presidente Negro Ou O Choque Das Raças. Ah, ficou até mais gostoso ler algo com aquele sentimento de contravenção, transgressão. Foi emocionante. Será que a PF iria bater na minha porta? Eu sou tão inignificante que, se eu não escrevesse aqui, que eu li o dito cujo, ninguém saberia. 

Charlie Brown? É você?

Ler pela primeira vez essa obra me fez ver um autor que está ali, mas bem diferente do contexto do tal sítio juvenil. É a escrita dele, sem dúvidas, mas sem a cacofonia de Emília, nem a sapiência do Visconde. Nesta obra estão o pobre trabalhador ferrado que mal conseguiu comprar seu carrinho e se ferrou de novo em um acidente, fazendo com que fosse se recuperar na casa do causador de sua quase morte, um professor cientista que produziu uma espécie de máquina do tempo que lhe mostrou o futuro em que os EUA elegeria um presidente Negro. Esse livro foi publicado pela primeira vez em 1926. Barak Obama já era nascido? Segundo o Google, ele é de 1961. Outra visão exposta na trama foi o empoderamento do feminismo. Talvez pelo machismo comum à epoca, Lobato não deu tanta asa a essa questão, mas, como diz Rolando Lero, da Escolinha do Professor Raimundo, o Lolô "mostrou-a-a", e mostrou como a resistência masculina temia que isso fosse desencadear certos privilégios. E outra visão foi a Internet. Sim, meu caros, o professor viu que no futuro os homens não conseguiriam viver sem as ondas de rádio, fariam tudo por meio delas. Você deve estar pensando no que as ondas de rádio tem a ver com a Internet. Se você não sabe, elas são apenas a vida da Internet, princpalmente Wi-Fi

É ou não é pra ficar assombrado com a mente de Lobato? A escrita em si é bem simples, não tem nada demais. Então não pense que a história vai te abraçar e se grudar em você feito chiclete, porque não vai. Tem que querer ler.

Por que reler, se podemos conhecer outros livros? A resposta é: não sei. Antigamente, eu revia filmes de terror, infinitas vezes, alguns eu sabia as falas de cor.

One, two, Freddy is coming for you. Three, four, better lock the door. Five, six, grab your crucifix. Seven, eight, be still awaked. Nive, ten, never sleep again.

Claro que não tenho hábito de reler muita coisa. O tempo é um só. Preciso ler coisas novas, preciso ler os blogs dos amigos, preciso ler o que eu próprio escrevo, e, como escritor, releio e releio e releio... 

Fico pensando em como deve ser com as outras pessoas, como é que elas lidam com suas leituras? Elas leem para se envolver? Ou para saber do que se trata a história, e já passam para o próximo livro? Se a pessoa mal tem tempo de se envolver nos posts de um blog, como ela espera ler páginas e páginas de um livro? Como será que as pessoas lidam com isso?

Um abraço, até a próxima postagem!

quarta-feira, 1 de outubro de 2025

MASKGIRL, UMA SÉRIE BOMBA

Um amigo blogueiro me indicou a série MASKGIRL, da Netflix. Pela referência coreana, fiquei curioso, pois vi Round 6 e gostei, vi o filme Meus 84 Metros Quadrados e gostei, então pensei que a série poderia ser, no mínimo, razoável. Por que não assistir? Lembrando o saudoso personagem Rolando Lero, da Escolinha do Professor Raimundo, eu digo: "Assisti-a-a".

Ah...

Sete episódios de uma hora cada, mas cada um parece que tem três. Os dois primeiros episódios são ruins. Mostram uma mulher que gostaria de ser artista musical, mas cresceu complexada com sua aparência, então ela é mais uma no meio de um grupo que cumpre seu expediente em frente a uma tela de computador, obedecendo ordens de um superior. Ela tem suas "amizadinhas", mas ninguém a nota tanto assim, a ponto de obter uma consideração especial. A que lhe parecia melhor amiga era uma gorda nanica (só faltou a roupa azul e a logomarca Ultragás) cuja aparência também não era lá grande coisa, ainda tinha a língua comprida, adorava uma fofoca e um veneninho - normal em um local de trabalho, principalmente no Brasil (falou o cara que há muitos anos não sabe o que é isso).

A complexada tem um segredo: após o trabalho, à noite, ela faz apresentações em uma plataforma adulta para idiotas. Sim, para idiotas, pois qual plataforma adulta considera o nude como uma infração, a ponto de penalizar o tal do canal? Os idiotas ficam ali, vendo a pessoa dançar, se insinuar, à medida que eles depositam seus pix. Eu disse pix, não picas. Lá não tem pix, mas vocês entenderam o que eu quis dizer. Então eles depositam seus pix em troca de performances sexuais para suas picas, mas nudes não são permitidos. Ahhh... 

O segredo é que ela usa uma máscara que lhe cobre todo o rosto. Então ela é conhecida como a garota mascarada, por isso o nome MaskGirl. O corpo é maravilhoso, leva os homens à loucura. Mas é isso, precisa colocar um travesseiro na hora de um rala e rola. E sim, ela é feiona mesmo! Eu achei. Até Michael Myers correria dela na noite de Halloween.

Os dois episódios giram em torno disso, de uma paixão que ela tem pelo seu gerente e de um encontro presencial com um suposto fã. O cara joga um lero, eles ficam bebendo um drinque em um bar. Se fosse no Brasil, iriam parar no hospital e a série acabaria aí, mas lá é uma pátria séria, então eles foram é para um motel. Ela espera o cidadão pagar a diária da suíte, que ficou cara, entra com ele na suítre e depois faz a linha "Meu Deus, o que eu estou fazendo aqui? Como você é mal, por ter me trazido aqui! Logo eu, tão inocente! Quer saber? Vou embora!". Parece que aprendeu direitinho com as 'do job' daqui.

Do lado de fora, um leitão punheteiro nerd, que era seu colega de trabalho e sabia seu segredo (nunca subestime a inteligência que um punheteiro crônico tem envolvendo imagens e sexo), a procurava, desesperado, pois a "bonita" (neste caso, sempre entre aspas, tá?) não sabia que seu príncipe-sapo estava detonando ela nas redes sociais. Para ela, ele jogou o maior chaveco dizendo que era linda, um princesa, que seria maravilhoso ficar com ela, mas ele postava o oposto nas redes (escondido dela, é lógico). 

Lá dentro, a "bonita" quer ir embora, então o príncipe-sapo fica desesperado, pois ele quer molhar seu biscoito, já que a noite lhe custou tão caro. "Ki ki foi, kirida? Tá achando que é Brasil?". Há uma briga entre os dois e ele acaba batendo a cabeça na pia e fica morto no chão. Bem na hora em que chega o punheteiro leitão.

Ela se manda e o leitão descobre que o cara não está morto de verdade. Puto que estava pelo flagrante deplorável em torno de sua amada, Shrek Coreano teve um acesso de ira e esquartejou o príncipe-sapo. 

A partir daí, a coisa só piora. Shrek Coreano se revela igual ao príncipe-sapo. Ele quer molhar seu biscoito gordo e ensebado na caverninha de Feiona, mas ela quase morre de nojo diante da possibilidade. Resultado: ela acaba matando ele e se manda dali. Ela dá um jeito de sumir do mapa, só que, antes, ainda quando está nas cenas finais com o Shrek Coreano, ela mostra que fez uma série de plásticas para mudar radicalmente sua face.

O terceiro episódio mantém um suspense sobre como ficou a aparência nova da MaskGirl feiona, que não era mais MaskGirl nem feiona, mas a gente não vê nunca como ficou a garota, porque resolveram focar na mãe do Shrek Coreano e um tempo desperdiçado sobre a convivência dela com o filho.

A mãe, com sangue no zóio, descobre a má sorte de seu filho, também que ele era o maior punheteiro da Coreia e, puta da vida, resolve fazer jutiça com as próprias mãos. A gente vai vendo ela arrumando pistas e indo em busca da agora misteriosa ex-MaskGirl Feiona. Perde-se muito tempo nisso, mantendo o suspense para a gente, até que finalmente nos deparamos com a personagem -- a atriz não tinha nada a ver com a anterior, o que eu considerei péssimo, mas aposto que a machaiada hétero até babou pela cabeça de baixo!

Houve um confronto entre ela, sua companheira lésbica e a mãe de Shrek Coreano. A mãe matou a lésbica e a Ex-MaskGirl, agora linda de morrer, matou a mãe de Shrek Coreano. A meu ver, a história deveria ter acabado aí. Foi ruim, mas valeu pelo suspense e os momentos de plot twist. Mas faltavam três episódios ainda, ou seja, quase uma eternidade. 

Parei no episódio seguinte, quando a história simplesmente foi descontinuada do tempo atual porque alguém nessa produção cretina achou que a gente queria conhecer a infância besta da feiona. Não! Isso não importava nenhum pouco. Aliás, isso vem sendo comum em séries de hoje em dia. Parece que eles não têm história, então eles metem, de repente, como foi o passado deste ou daquele personagem e ficam enrolando naquele tempo, sendo que aquilo não nos interessa em nada, é só enrolação. Assisti ao episódio, quase inteiro, mas não aguentei mais e resolvi abandoná-la. Infelizmente, a coisa só piorava a cada episodio. Se alguém quiser meter o louco de curioso, assista só os três episódios. Mas já aviso que é uma bomba. Muito chato.

OBRIGADO CATIAHÔ, PELO APOIO NA PRÉ-VENDA DO MEU CONTO

Este post é apenas para agradecer à Catiahô, pelo apoio que me deu ao participar da campanha de pré-venda do meu mais novo ebook. É a primei...