Ao anunciar, no final da postagem da festa junina, que este blog agora tem domínio próprio, um amigo querido, blogueiro, excelente escritor e profissional da educação (que inspira atenção dos governantes) me perguntou sobre a vantagem de ter um domínio próprio.
Não faz muito tempo, ele me encaminhou uma notícia de um site informativo cujo nome era bem parecido ao que mantém há muito anos em seu blog. Parecido não é igual. Ainda bem, pois, se fosse, não poderia fazer nada a respeito, se quisesse. Certamente, o site jornalístico tem o domínio registrado. Já o amigo, apesar de usar seu blog desde muito antes, correria o risco de ter que mudar.
O domínio próprio garante que o título seja seu.
Ainda nessa hipótese, a possibilidade de haver algum conflito, se os nomes fossem iguais, é quase nula, pois acredito que nenhum dos dois lados esquentaria a cabeça com isso, vez que um site seria, por exemplo, "marreta.com.br", e o outro, "marreta.blogspot.com". Ambos conviveriam 'de boa', mas qual você acha que ganharia um olhar mais respeitoso, em qual você acha que um leitor daria maior credibilidade imediata? Não tenha dúvidas de que seria o "marreta.com.br".
Não estou dizendo que o outro não teria respeito nem credibilidade, estou me referindo ao imediatismo de um leitor que se depararia com os dois links para clicar e conhecer. A possibilidade de clicar no "com.br" é maior. Depois, ele poderia visitar, sim, o outro e até gostar mais dele, poderia xingar o anterior e dizer que não passa de midiazinha elitizada, comprada etc. Mas, veja que, até isso ocorrer, o internauta viu primeiro o que não gostou e, para preferir o outro, teve que ver os dois. Nem sempre o cidadão verá os dois. Ele tende a priorizar o que mais atrai.
É como você ver uma pessoa bonita e uma feia. Não, você não quer namorar. Você está livre 'na pista' e deseja apenas um momento gostoso. Vai querer quem? A pessoa que acha bonita ou a feia? Muitas vezes, a feia pode ser bem mais interessante e ter a tal pegada que a bonita jamais teria, mas você só está com fome, então o bife mais vistoso lhe parece mais apetitoso. Se me disser que não, está mentindo, seu sangue de morcego!
Será que consegui explicar? Não sou bom para essas coisas. A vantagem, se podemos dizer assim, está em mexer com a pessoa, no sentido de você ser olhado com um pouco mais de credibilidade. Você mesmo, prezado escritor que tem seu blog há anos com um conteúdo ímpar à machosfera, espanta-me você não ter seu próprio domínio, pois ele simboliza um carinho a mais para o seu blog, mostrando que você dá total importância ao que coloca nele. Eu sei que não precisa mostrar nada a ninguém, mas é algo que, na Internet, soa automático aos demais: o carinho, o zelo, a importância que você promove ao seu espaço, ao próprio conteúdo. Não considera importante botar uma roupa adequada para passar o dia no trabalho e transitar aonde quiser, sem problemas? Então. Não é salutar escovar os dentes, passar um desodorante no calor de nossa Black River, que não é fácil? É a mesma coisa.
Com o domínio "blogspot.com", eu seria a mulher que apareceria com a roupa inadequada na missa e atrairia olhares distintos, ainda que eu não fosse 'uma dessas'. Com "com.br", eu sou a senhora que sabe como se vestir para uma missa, ainda que depois eu vá brincar com os cavalões de meu carrossel. Captou?
É só um detalhezinho bobo, mas é bom para quem preza pelo que produz.
No meu caso, eu uso blog desde, sei lá, 2007 ou algo parecido, até hoje há quem se lembre do antigo Socializando: um blog que eu mantinha na brincadeira -- nunca o levei a sério, apesar de ter me consumido horas em muitas postagens, pois sou do tipo que, já que vai fazer, que faça bem feito. Mesmo o Socializando nunca ter tido domínio próprio, há quem se refira a ele com carinho. Hoje penso que, se eu tivesse dado um domínio próprio a ele naquela época, talvez meu alcance teria sido maior. Eu me recordo que algumas pessoas me reconheceram, assim que botei os pés na primeira Comic Com realizada em Santos, no ano de 2013. Levei um susto e fiquei na defensiva, pois jamais estava preparado para aquilo -- achei seria mais um anônimo entre tantos. Foram poucos os que me "enxergaram", na verdade, mas fiquei feliz. Talvez teriam sido mais, se eu tivesse levado o blog a sério naquela época. Talvez eu tenha jogado fora uma chance de ter crescido mais. E não foi a primeria vez que desperdicei uma oportunidade.
Antigamente, eu postava na Internet como uma pessoa que estava experimentando as coisas, um tanto curiosa, ingênua, um iniciante que não se considerava bom o bastante e queria ver, explorar, observar, aprender... Acho que a isso se atribui a alcunha de neófito, talvez -- uma espécie de observador e aprendiz ao mesmo tempo. O tempo passou, eu vi muita coisa (digamos, fora do meu apreço) considerada profissional ou de alto talento. Algumas me deixavam pasmo. Eu me perguntava: "Mas, como?! Isso é ruim pra kharáleo!". Um dia, sei lá quando, caiu minha ficha. Demorou! Talvez tenha caído tarde demais. Hoje eu sei que, em comparação a muitos por aí, eu sou um dos melhores. Mas, e daí? Eu sou uma pessoa desprezível, nao sei manter conchavos, nem assumir certos compromissos. Então o jeito é seguir vivendo um dia de cada vez, do jeito que for possível.
Espero ter esclarecido sobre a importância do domínio próprio. Custa baratíssimo no Registro.br. Mas já alerto que configurá-lo não é nada fácil.
Um abraço, até o próximo post, que será de quadrinhos.
Tá explicadíssimo.
ResponderExcluirPorém, como me disse o Neófito um dia desses, a blogosfera está morta, e nós que ainda a alimentamos e nos nutrimos dela somos verdadeiros necrófilos.
De fato, o nível dos blogs despencou, vertiginosamente. Talvez pelos bons blogueiros terem migrado para outras plataformas.
É isso aí. Que bom que entendeu. Um abraço ❤️
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