sábado, 8 de novembro de 2025

DESILUSÃO LITERÁRIA É COMO UMA BOMBA QUE EXPLODE DENTRO DA GENTE

Eu não fico anunciando meu blog, pois a intenção não é torná-lo ciente para muita gente que tenho como contato em redes sociais. Deixá-lo quieto é bom para mim, pois me sinto mais à vontade para colocar certas coisas. Coisas as quais vejo naquele outro lugar tão "sociável" e me fazem pensar.

Dia desses, fiquei empolgado com um colega, ao saber que ele lançará um segundo livro de uma obra literária que li dele, há pouco tempo. Fiz videozinho mostrando satisfação, mostrei o livro 1, que tenho com muito gosto, enfim, demonstrei minha felicidade pelo feito dele.

Mas essa euforia acabou logo. No dia seguinte, vi uma nova divulgação do livro novo, agora dizendo que está na Amazon, para quem não quer esperar o tempo certo de pegar o físico. Até aí, tudo bem. Sou um grande adepto da leitura digital e vivia incentivando as pessoas a irem por esse caminho. 

"Vivia" porque venho aprendendo a ser egoísta para o meu próprio bem. Hoje, não encorajo ninguém. Porque não tenho mais saco para ficar conduzindo o cidadão e depois ele simplesmente me virar as costas por causa de algo qualquer, me descarta no lixo como se eu fosse um copinho de água. A culpa era da pessoa ingrata, cretina, falsiane, metida? Não. A culpa era toda minha, pois partia de mim ajudar e ser todo o suporte que todo mundo precisava. Eu dava meu tempo para ver a satisfação da pessoa em conseguir realizar a façanha de colocar seu ebook e ter aprendido a mexer na plataforma, para colocar outros que supostamente viriam, mas depois eu percebi que a pessoa nem valorizava tanto esse tipo de coisa. Eu só fui percebendo isso ao longo do tempo.  Novamente eu digo, não culpo ninguém a não ser a mim mesmo, pois partiu de mim, mas voltando ao foco que não é esse...

A divulgação nova que vi tinha um detalhe que não me agradou nenhum pouco, e é nessas horas que eu agradeço por ter este lugar para desabafar. Alguém está pagando pessoas para deixar comentários e avaliações cinco estrelas na página da Amazon. Vi preços variando entre 20 a 50 reais via Pix. Sem burocracia. Era só seguir fulano, siclano e beltrano, deixar o comentário na Amazon e avaliar com as cinco estrelinhas. Postar em rede social também vale, mas não sei se está incluído no valor do Pix.

Uma vez, no início do meu ingresso na Amazon, eu tinha conhecido uma plataforma chamada WATPAD. Era um lugar bem movimentado onde todo mundo punha de tudo o que escrevia e tinha-se acesso total ao que bem quisesse encontrar. Resumindo bem a questão, meu encanto se desfez quando percebi que ninguém lia as coisas que eu postava. Sério. Ninguém mesmo! Mas havia um monte de gente com números impressionantes de leituras, comentários, bajulações etc. Um dia, averiguando melhor a plataforma, percebi que havia uma combinação entre as pessoas. Se você seguir fulano, beltrano e tetrano, você vai receber um número X de pessoas olhando o que você escreve. Se fizer mais isto e aquilo, as pessoas deixarão comentários, serão superfofas com você. 

Saí completamente desiludido e ingressei na Amazon. O ano era algo entre 2016, 2017, não lembro com exatidão. Vendo, hoje, a nova maracutaia envolvendo esse perfil do colega, perdi o encanto sobre todas as postagens desse nicho no Instagram. Eu sempre lia um post de alguém, um feed dos grandes, muitas vezes, mas eu lia com prazer. Agora, eu olho esses posts e não tenho nem coragem de querer saber se o post é grande ou não, porque simplesmente não me importa. Não me interessa.

Talvez, se eu fosse, um pouco, como esse autor, eu faria a mesmíssima coisa. Mas eu não sou ele, não estou no lugar dele. O meu lugar é outro. E aqui, no meu lugar, o que eu sinto é dor e desprezo. A dor de ser tapeado, de ter acreditado em palavras de posts que na verdade não são sinceras. 

"Ah, não fale assim, estou ganhando para fazer este post, mas eu o faria mesmo assim." Ah, jura? Então faz o seguinte: pega o valor desse seu pix, que você recebeu, e encaminha ele para mim. Ah, Ah, Ah!

Pra cima de mim esse papinho, bem?

Só quero deixar claro que não vim colocar lição de moral a ninguém. Não quero apontar o dedo e dizer quem é mais ou menos escritor, quem joga sujo ou limpo. A questão não é essa. A questão é: eu estou completamante decepcionado com muita coisa que descubro ser ilusão. 

Autores como ele... Não importa que paguem um milhão de pessoas. Esses autores sabem que elas não os leem porque sentem vontade. Elas os leem por dinheiro, ou melhor: esmolas.

"Olha, o autor não tem nada a ver com isso. Na verdade, é o perfil da fulana influencer que...", está usando a obra dele para se promover e assim desiludir leitores como eu. Dá na mesma! O foco aqui é a decepção em descobrir que um livro bem comentado não é realmente o que muitos gostaram de ler. Qual confiança terei, daqui para frente, ao ler os comentários de um livro e achar que são reais? Nenhuma. Nem comentários, nem estrelinhas, nem resenhas em redes sociais, nem nada...

Essas coisas decepcionam, deprimem, tenho até vontade de me desfazer dos livros desse autor. Talvez eu doe para a biblioteca municipal. Perder o encanto é foda. O mercado, o sistema é foda.

quinta-feira, 6 de novembro de 2025

A PRAGA ESCARLATE, DE JACK LONDON

Tenho lido livros interessantes. O mais recente, eu terminei semana passada, 29 de Outubro. Foi uma história com cerca de 60 páginas, de Jack London. A estimativa não é precisa, pois leio como ebook, então é o que Amazon coloca, para termos uma noção. E leio em formato Epub, utilizando outro aplicativo, o que torna tudo ainda mais diferente e interessante, pois, no aplicativo informavam mais de 200 páginas, mas é porque ele me dava as letras grandes, com cerca de dois ou três parágrafos comuns em cada uma.

"A Praga Escarlate" é o nome do livro, uma distopia pós-apocalíptica (o povo adora essas duas palavras), ambientada no ano de 2073, focada em um velho de 87 anos e seus netos com idade entre 12 e 13 anos, sobreviventes de uma pandemia que acabou com tudo em 2013. Só que tem um detalhe importante que valoriza mais essa trama: 

produzida em 1912 

É meu querido, é minha querida! Ah, Ah, Ah! Jack London fez uma tacada quase certeira em relação à pandemia que quase levou a humanidade para a vala! Entretanto, em 1912, o que se saberia do nosso presente? É claro que as coisas que ele colocou não são bem como vivemos, mas, quando você ler, vai acabar pensando na nossa pandemia como um "What If" do tipo: "E se" as vacinas não tivessem sido descobertas logo? Como seria o mundo devastado, com praticamente restos de seres humanos, um e outro apenas, espalhados, escassamente, pela longetude do mundo? Também vi referências à Internet, onde conta que as pessoas, em 2013, se comunicavam pelo ar e pelos fios. PÁ! O que será que ele imaginou, hein?

Foi uma experiência incrível viajar para a devastação de 2073, onde nada mais havia de 2013. Sem Internet, sem tecnologia nenhuma, pois não havia laboratórios, medicamentos, estudos, nem escolas, não havia sequer um simples sabonete para tomar banho. Pois é! Tá entendendo aonde eu quero chegar? Esse futuro é muito louco! Os meninos que cresceram nessa escassez imensa de coisas mais básicas não sabiam nem se comunciar. O vocabuláario que entendiam era pífio, então eles ficavam impacientes diante das colocações do velho, pois eles não entendiam o que queriam dizer as palavras pronunciadas. Mesmo as mais simples de tudo, como "interessante". E eles, em sua ignorância, não suportavam o conhecimento bem ao lado. Um se zangava, outro debochava, e outro apenas ouvia na dedução de ir entendendo. 

Mas, não bastava o cenário descrito, a realidade cruel onde nem tinham roupas e sabonete, portanto, nem banho tomavam. Não bastava ter ficado a par do que aconteceu, de como as pessoas iam morrendo, uma a uma. Ainda havia mais! 

Sim! Esse livro me pegou de jeito quando a mensagem final foi transmitida: a busca pelo poder e a corrupção iminente. Esse detalhe filosófico do tipo "sad but true (triste, mas verdadeiro)" fez com que me lembrasse do aclamado Ensaio Sobre A Cegueira, obra prima de José Saramago, que li duas vezes com muito gosto, pois, em meio ao caos de uma súbita cegueira viral, leitosa e misteriosa, chega o momento em que o homem busca o poder e acaba fazendo com que outros se corrompam em troca de benefícios. Eu sei que existe o filme, que é muito bom também, mas o livro é uma imersão maior naquela realidade. 

E eu falei com uma IA do X (antigo Twitter) sobre essa obra e o papo me deixou muito empolgado. Essa IA é um ChatGPT com mais coragem de colocar certas coisas, digamos assim. 

Lembrei de você, Jotabê, que gosta de ter altos papos com a IA, seu amigo imaginário dos tempos contemorâneos. Acho que você iria gostar de experimentar. Espero que um dia o senhor tente, Sr. Asimov Botelho.

Vocês têm lido alguma coisa além dos blogs amigos? Se sim, comentem aí pra mim! Um abraço!

Se quiser, veja o vídeo onde falo desse livro do Jack London e se increva no canal.

sexta-feira, 31 de outubro de 2025

DOIS EBOOKS HORROROSOS PRA VOCÊ


Sim, divulgando meus próprios ebooks, pois são muito bons e deram trabalho para fazer. "O Caminhante" é uma história de mistério, suspense e terror. Tudo começa quando um velhote quase sem forças e completamente nu aparece no meio de uma rua deserta, implorando por ajuda. O problema é que era tarde da noite e ele foi abordar uma mulher que tinha acabado seu trabalho e estava a caminho de casa. Imagine se não deu ruim para ele. Muita coisa acontece. Muita coisa mesmo. O livro tem momentos trasheira, reflexivos e até uma breve pitada de espiritismo ao final. É pura diversão para quem curte ler e dizer "que horror!".

Já o "Reborn" traz contos com esse tema. Os leitores têm gostado muito do "Pacote de Presente". Eu me diverti escrevendo todos, mas não compreendo porque esse acabou marcando tanto, mas fico feliz e todo satisfeito. Não tem coisa melhor do que obter feedbacks de sua obra. Tive, inclusive, uma leitora que tomou a iniciativa de conversar comigo pessoalmente. Foi mágico. 

Ambos estão na Amazon. Custam apenas 5,99 e estão de graça para assinantes do Kindle Unlimited.



Um abraço.

P.S.: amigos blogueiros, desculpem a ausência, às vezes é assim mesmo.

segunda-feira, 27 de outubro de 2025

O MENINO MALUQUINHO EM QUADRINHOS

Em Outubro de 1989, as bancas de jornais e revistas receberam a edição n° 1 de "O Menino Maluquinho", personagem tão famoso e querido do unvierso infantil de livros, criado por Ziraldo que, por sua vez, não era nenhum amador nesse universo dos quadrinhos, vez que muita gente já conhecia Pererê e sua turma.

O Menino Maluquinho tinha apenas 68 páginas, mas as folhas bem brancas e de gramatura maior encorparam o formatinho. A capa vermelha com o protagonista em destaque também chamou bastante a atenção. Ele segurava uma etiquetadora de preços, uma prévia para a primeira história que se passava em um supermerado. Vale lembrar que era uma época econômica difícil, a moeda se chamava Cruzado Novo, pois o Cruzado antigo tornara-se facilmente obsoleto. Uma crise que abalou muita gente, imagine o desafio de lançar uma revista nova, então! Essa edição custou quatro cruzados novos e cinquenta centavos - NCz$ 4,50.

segunda-feira, 20 de outubro de 2025

QUADRINHOS E FASTFODA

Há certo tempo, adquiri um punhado de revistas que considero um negócio da China. São edições antigas de TEX, o personagem mais conhecido do universo de quadrinhos Bonelli, que também possui outros personagens, todos trazendo arte e aventuras claramente dirigidas para o público adulto, o que considero muito bom, pois há muito se ouve, por aí, que histórias em quadrinhos são um tipo de leitura para crianças, e dizem isso como se fosse algo anormal, inadequado, inóquo a um adulto ter vontade de ler historinhas em quadrinhos, assinar pacote de revistas, participar de grupos na Internet para trocar uma ideia com os demais. A ignorância do brasileiro fiscal de fiofó alheio é demais. 

Hoje, alguns desses preconceituosos agem como autoridades no assunto ao vomitar suas pérolas de excremento nas redes sociais e plataformas de vídeo. A essas hienas carnicentas eu digo: dinheiro não leva desaforo para casa. Se eu tenho como obter minhas revistas, se posso lê-las em paz, se gosto desse tipo de lazer, não cabe a ninguém mais fazer julgamento se este ou aquele material a ser consumido é adequado para mim, pois eu, simplesmente, não tenho que dar satisfações a ninguém sobre cada coisa que leio. E, sim, posso compartilhar, mostrar minha felicidade e meu descontentamento também, quando houver, e ninguém tem o direito de abrir os bicos trevosos no intuito de desmoralizar minhas preferências.  

Publicado no Brasil desde 1951, Tex até hoje tem uma legião de leitores bonelianos, é assim que eu chamo os admiradores do universo de quadrinhos Bonelli. Em 1971, vinte anos depois, Tex ganha sua própria revista pela editora Vecchi. Até então, as aventuras eram publicadas em uma outra, intitulada de "Júnior", que era horizontal, da editora Globo e dizem que lembrava um talão de cheques. Eu nunca vi, nem sei se me agradaria o formato. O que importa é que a publicação ultrapassou gerações e continua, agora, pela editora Mythos, embora outras editoras também consigam trazer alguma coisa, atualmente, o que é bom, pois representa interesse na continuidade do legado boneliano.  

A foto que verá abaixo tem data de 2021, mas as revistas provavelmente foram publicadas muito tempo antes, pois eu as encontrei à mostra em uma feira de antiguidades bem manjada para quem mora em Ribeirão Preto e costuma ir ao Novo Shopping. Seu excelente estado me impressionou: elas chegam a cheirar como novas, indicando que foram pouco manuseadas ao ler, se é que foram lidas -- eu mesmo, ainda não criei vergonha na cara para lê-las; estão guardadas em meio a outras mil e tantas.

Se alguém nunca viu uma dessas revistas, elas são um pouco menores em relação ao tradicional padrão "formatinho" que contemplou a maioria dos títulos mais simples do que os gibis que costumavam ir às bancas. Pouca coisa de diferença, mas é algo que se nota ao ler os balões dos diálogos, por exemplo, que ficam menores e dificultosos ao público que tem mais de 40 anos. As imagens dos quadrinhos nas páginas são em preto e branco, sem essa de tons de cinza, apenas preto e branco em uma arte muito bem detalhada, feita por desenhistas de primeira, que manjam bastante de anatomia, luz, sombra, perspectiva, eles são, de fato, excelentes nos desenhos. 

Como adquiri um bom par de óculos de leitura, percebo maior conforto para ler e escrever. Não fico mais mexendo a musculatura do rosto ao redor dos olhos, como era frequente fazer e achava normal, porém me cansava, meus olhos até ficavam lacrimosos. Quem sabe, agora, eu me aventuro nesse universo também? 


Embora já tenha se passado quatro anos desse dia, digo que esse não foi meu primeiro contato com os quadrinhos Bonelli. A foto a seguir traz a data de 10 de Janeiro de 2019, uma aventura chamada: "As Escravas Do México". Eu li a revista naquele mesmo período, mas confesso para vocês que não me lembro de praticamente nada que tenha uma certa consistência a qual me propiciaria compartilhar como foi essa experiência. O que lembro são vagas cenas de algumas páginas, que gostei e na época fiquei querendo mais, só que acabou aí.

Saudades de quando o pobre (como eu) podia comer um combo básico no Burger King. Durante um bom tempo, fiz a migração para o Méqui. O lanche não era tão bom quando o do King, mas as batatinhas e o refrigerante 500ml faziam compensar. Como sou muito ferrado, cada centavo faz a diferença, e isso fez com que, esta semana, eu me despedissse também de ser um cliente assíduo dessa rede. Sumiram com o combo básico, "Irresistíveis do Méqui", onde, por R$ 15,98, você comia um hamburguer mirrado, uma porção satisfatória de batatinhas e 500ml de refri. Substituiram-no por um outro que custa R$ 22,90 (não lembro se é 90 ou 99 centavos). Olhei e percebi que se tratava do mesmo combo de sempre, mas acrescido da oferta da tal sobremesa (soverte de casquinha) de baunilha. Então, agora, eu era forçado a obter a casquinha de baunilha... Mas, se fosse só isso, até que estava bom. Só que não! 

O hambúrguer era o mesmo sem-vergonha de sempre. Como eu odeio esse hamburguer do Méqui! Será que eu posso falar que odeio o hambúrguer do Méqui? Tô com medo! Sério! Ah, Ah! 

Mas ele é tão pequeno, simples e esquisito... Sei lá, a textura é estranha, o cheiro também, parece que o pão foi achatado nas virilhas dos funcionários, antes. É muito... sei lá! Mas, a gente come, né? 

As batatinhas que eu amava foram a minha maior decepção: a porção que já era pequena, mas eu até considerava satisfatória, foi reduzida pela metade. Sério! Achei o cúmulo da safadeza! Minha vontade era voltar lá e mandar enfiarem aquilo no..., mas pobre e gordo tem um amor imenso à comida, então, mesmo contrariado, eu comi. 

Para completar, o refri que era de 500ml mudou para 300ml, mas era um copinho minúsculo do que parece ser papel encerado (hoje em dia é padrão em todo lugar) cheio de gelo. Eu comprei gelo com coca, em vez de coca com gelo! 

Sem falar nas bandejas sujas que simplesmente são reaproveitadas sem serem limpas. É, agora que estou revoltado, não vou passar pano para a falta de higiene dessa rede que nos oferece comida em bandejas sujas, tão sujas que dá para ver os farelos do cliente anterior na beirada delas, ou o brilho ensebado da gordura do lanche, a sujeira que foi tirada com um esfregão de um guardanapo. Em algumas, é possível notar os resquícios de catchup. 

E o sorvete? Estava bom? Uma bosta! Era obrigatório pedir o sorvete no mesmo balcão em que retirei a bandeja com o lanche, eu tinha que guardar a tal da notinha, eu não podia ir no guichê ao lado, que era só para os sorvetes. Um porco me atendeu e colocou o creme de baunilha de qualquer jeito na casquinha. Parecia uma Torre de Pizza. Deu vontade de enfiar na bunda dele, mas, se eu fizesse isso, era bem capaz de ele me seguir para descobrir onde eu moro (querendo mais).

Enfim, vou ficando por aqui. Não lamento ficar sem essas redes para consumir. Tudo tem seu lado bom. Lamento é que o Brasil esteja à mercê de produtos que só pioram. Comida cara servida em bandeja suja, e ainda te olham como se lhe fizessem um grande favor, só faltam dizer "não encha o meu saco". Mas, infelizmente, é o que o povo geralmente gosta e merece. Sim, o povo merece. 


terça-feira, 14 de outubro de 2025

REFLEXÕES EM CIMA DO MURO

Hoje a postagem tem assunto político. Detesto política e quero anos-luz de distância das pessoas que ficam falando: "mas a política está em tudo, você deveria, sim, falar de política", como se eu fosse um retardado por me recusar a ficar nesse rame-rame extremista que só beneficia esse grupo político de marajás e, talvez, muitos alpinistas sociais. Quem faz parte dessas massas de manobras é que deveria ter a mente estudada.

Não querer fomentar massas não me impede de comentar, vez ou outra, sobre isso. Embora todas as vezes em que eu fazia, sentia um profundo arrependimento depois, tamanho desgaste interno. Mas vi um um comentário do Jotabê, no blog do Eduardo, que me chamou a atenção. Estava pronto para comentar lá, mas, no último segundo eu pensei que seria melhor colocar aqui mesmo, no meu espaço, então vamos lá! 

Primeiro, o comentário de Jotabê à postagem de Eduardo:

Com este texto você sinalizou ou exibiu todo o ódio que tem pelo Lula. Eu não gosto dele nem do PT, nunca gostei e sempre deixei isso claro nas postagens mais antigas. Hoje, totalmente desencantado com os políticos brasileiros (que se originam do povo, é bom lembrar), tudo o que eu quero e peço é um governo não autoritário. Se vai roubar, se já roubou, não faz nada além do que sempre se praticou no Brasil. Ignorar ou esquecer-se disso é vacilo ou má vontade.

A afirmação sobre o pobre e trabalhador só ter valor na época das eleições não é um mea culpa, é a exposição da realidade que se vê em todo o país, seja em uma eleição para vereador ou presidente da república. Cestas básicas, sandálias de borracha, óculos, tudo é utilizado para seduzir o miserável.

Uma coisa que o Lula defende e que provavelmente nunca acontecerá é a taxação diferenciada dos super-ricos, tal como acontece em outros países. Aqui, infelizmente, os super ricos sempre farão de tudo para pagar menos impostos. E conseguem “convencer” os eleitores de que estão corretos. Mas foda-se o mundo, fodam-se todos.

Agora, meus pensamentos em resposta a Jotabê:

"...Eu não gosto dele nem do PT, nunca gostei e sempre deixei isso claro nas postagens mais antigas", mas depois você reconhece as medidas que só o governo dele tem a coragem de tratar e talvez não seria sequer colocada em pauta se o chefe da cadeira de Estado fosse outro. Ainda cita que nos outros países isso já acontece. Pois é, o Brasil é um país de um povo metido a besta que vive achando que está evoluindo, mas não passa de um povo atrasado. A informática chegou atrasada aqui, a Internet também, o próprio Pix já existia em alguns lugares. Só tem outro nome, mas esse sistema de transferência monetária instantâneo, onde o dinheiro está disponível na hora, existe desde 2004, mas ainda hoje propagam que o Pix é uma invenção do Brasil. Não. Não é. Do Brasil só tem o nome "Pix", semelhante a Pica, pra sempre ficar entendido a fodeção. Propaga-se uma coisa eleitoreira na Internet e todo mundo (o gado burro) acha que é verdade. Não foi Bolsonaro quem criou o Pix, e o Pix não é criação brasileira coisa nenhuma. Veja:

PaísSistema de PagamentoData de Lançamento
Reino UnidoFaster Payments Service (FPS)Maio de 2008
MéxicoSPEI (Sistema de Pagamentos Eletrônicos Interbancários)2004 (substituindo um anterior)
ÍndiaUPI (Unified Payments Interface)Abril de 2016
Zona do EuroSCT Inst (SEPA Instant Credit Transfer)Novembro de 2017
AustráliaNew Payments Platform (NPP)Fevereiro de 2018

E "colando" aqui a parte de um comentário que deixei no post do próprio Jotabê, no blog dele, eu digo que me arrependi de ter votado no molusco, mas com Bolsonaro, talvez, não seria diferente. E não acho que deixando de votar no molusco as coisas serão diferentes. A única diferença é que quem vota nele aprova seu governo, reconhece nele a melhor opção. Mas, na prática, quem ganhar, não mudará os rumos de nada. Sabe um dizer da Dilma, uma vez, bem confuso, que terminava dizendo que todos perdem? Já estamos nisso.

Pois é, Seu Zé! E termino colocando o texto atribuído a Ivan Lins e Vitor Martins, uma música que gosto muito, uma pérola na interpretação de Elis Regina: CARTOMANTE.


Nos dias de hoje é bom que se proteja
Ofereça a face pra quem quer que seja
Nos dias de hoje, esteja tranquilo
Haja o que houver pense nos seus filhos
Não ande nos bares, esqueça os amigos
Não pare nas praças, não corra perigo
Não fale do medo que temos da vida
Não ponha o dedo na nossa ferida
Nos dias de hoje não dê um motivo
Porque na verdade eu te quero vivo
Tenha paciência, Deus está contigo
Deus está conosco até o pescoço.
Já está escrito, já está previsto
Por todas as videntes, pelas cartomantes
Tá tudo nas cartas, em todas as estrelas
No jogo dos búzios e nas profecias
Cai o rei de espadas, cai o rei de ouros
Cai o rei de paus, cai, não fica nada!
Cai o rei de espadas, cai o rei de ouros
Cai o rei de paus, cai, não fica nada
Cai o rei de espadas, cai o rei de ouros
Cai o rei de paus, e cai, não fica nada
Cai o rei de espadas, cai o rei de ouros
Cai o rei de paus, e cai, não fica nada
Cai o rei de espadas, cai o rei de ouros
Cai o rei de paus, e cai, não fica nada
Cai o rei de espadas, cai o rei de ouros
Cai o rei de paus, e cai, não fica nada
Cai o rei de espada, cai o rei de ouro
Cai o rei de pau, e cai, não fica nada
Cai o rei de espadas, cai o rei de ouros
Cai o rei de paus, e cai, não fica nada
Cai o rei
Cai o rei
Cai alguém

domingo, 12 de outubro de 2025

TURMA DA MÔNICA E GARFIELD


 "Turma da Mônica & Garfield em: O Lápis Mágico: Uma Omniaventura", para mim, trata-se de um trabalho emblemático que os estúdios do Mauricio de Sousa produziram nessa fase atual da editora Panini. O tamanho é generoso: são três revistas grandes, no estilo dos "Clássicos do Cinema" da turminha, contendo apenas 36 páginas no total. Isso mesmo, incluindo a capa e a contracapa. 

A arte em geral está linda, tanto nas capas quanto nas páginas que, por sinal, estão branquinhas. As capas são moles, de fato, bem ao estilo de "Clássicos do Cinema". Acredito que foi uma forma de tornar mais acessível, apesar do preço de cada uma terem sido brutais R$ 12,90. Será que não podiam ter deixado por R$ 9,90? As revistas foram publicadas em 2022, sendo a primeira em Março, a segunda em Abril e a terceira em Maio. Nas bancas, com um pouco de sorte, era possível encontrá-las um pouco depois desse período.

A história começa com uma apresentação sobre a Marina ser filha do Mauricio real e ter ganhado dele um lápis mágico. Em uma das brigas de Bidu e Bugu, os dois acabam indo parar no núcleo da Mônica, bem quando Mônica está com Marina e ela mostra seu lápis mágico. Bugu aproveita, toma o lápis dela, sai correndo e abre um portal, rapidão, fugindo para outra dimensão. Ele vai parar no universo de Garfield. O gato não fica nada feliz ao constatar a presença dele em uma segunda-feira de manhã. Vale lembrar que Garfield nunca fica feliz às segundas-feiras, ainda que nada aconteça. Ainda na primeira revista, Garfield vai com Bugu para o universo da turma da Mônica. O desfecho dessa situação atribui alguma importância à participação da Milena.

Na segunda revista, Marina leva a turminha para uma visita no universo do Garfield. Vão Marina, Bidu, Bugu, Mônica, Cebolinha, Cascão e Magali. Apesar de surpreso e de ser (de novo) segunda-feira, Garfield está receptivo, deixando todos bem à vontade em casa, mas tão à vontade que Magali foi xeretar no que tinha para comer e é nesse momento que nos deparamos com um vilão: o monstro de lasanha. Na verdade, ele já tinha aparecido na primeira revista, com Capitão Feio, mas apenas para nos fazer entender que haveria uma continuação. 

O monstro pegou a Marina. Velhotes como eu, ao bater os olhos na cena, se lembram do clássico momento em que King Kong pega a loura linda. Ainda bem que não trocaram a Marina pela Milena. A Marina é bonita e representa bem a referência da mulher no icônico filme do gorila. A Milena, nem tanto. Na verdade, acho que "comeram bronha" sobre isso. Em tempos onde a Disney muda Ariel sereia e até a própria Branca de Neve, daria perfeitamente para a Milena ter sido colocada no lugar da Marina, mas sequer introduziram a menina nesta edição. Abafa... rsrs...

Preciso dizer que, como essa parte se passa no universo do Garfield, colocaram alguns personagens dele também, em pontas, o que achei super válido, pois eu nem conhecia todos. Eu nem sabia, por exemplo, que tinha um palhaço. Também achei legal o Garfield atual contracenando com o dos primórdios, bem mais balofão e antipático.

A terceira revista é focada no resgarte de Marina. Ela e o monstro de lasanha vão parar em um lugar chamado Omniuniverso, uma espécie de local transitório, um tipo de vácuo ou buraco negro entre os demais universos. É lá que uma batalha acontece. Sim, pois muita gente é chamada para uma verdadeira guerra. Coisa do Capitão Feio. Vilões de vários núcleos da turma da Mônica e do Garfield contra os mocinhos de cada núcleo. 

Críticas
Apesar de muitos personagens fazerem suas pontas e da grande movimentação na trama, achei a edição mais fraca dentre as três. Talvez, muita gente possa discordar, encantados que tenham ficado com a enxurrada de personagens. Eu preferiria algo mais envolvente e coerente, ainda que o núcleo permanecesse reduzido. A intenção real foi apresentar aos leitores a variedade de personagens que compõem tanto a turma da Mônica quanto o universo do Garfield. De certa forma, foi interessante, principalmente em relação ao gato.

Achei a palavra "omniuniverso" nada a ver. Uma palavra que não é fácil de se guardar na mente e nem tem relevância. Alguma criança aprendeu o que significa isso? Não. E os velhões? Nem fomos atrás de pesquisar. Pois é... Poderiam ter deixado apenas como "Turma da Mônica & Garfield" ou, já que fazem questão de um subtítulo (desnecessário), em vez de ser "O Lápis Mágico: Uma Omniaventura", poderiam simplesmente ter colocado "O Monstro de Lasanha", ou "Uma Aventura com o Lápis Mágico", qualquer coisa mais fácil e que estimule o imaginário infantil. "Omniaventura" não estimula coisa nenhuma, é difícil, é brochante. A própria palavra "omniuniverso" é inóqua.

Alguem teve a infeliz ideia de pensar que esse termo, por ser tão inédito, despertaria a curiosidade nas pessoas. Uma vez curiosas, demonstrariam interesse em adquirir, mas cometo o atrevimento de afirmar que esse tipo de raciocínio não é nada bom quando temos uma evacuação em massa de leitores que não se sentem mais contemplados diante do conteúdo que vem sendo, há tempos, modificado. Quanto mais facilitado é o entendimento do produto -- que tem como finalidade ser algo diferente, interessante, envolvente e divertido --, maior é a chance de aceitação e maior é o consumo. Quanto mais se identificam logo na primeira olhada, mais provável é a chance de consumirem. Coloquem algo esquisito e não gerará atração. Curiosidade nem sempre proporciona vontade, ainda mais quando as pessoas estão arredias. É impressionante que eu, que nem tenho curso superior em publicidade e propaganda, marketing, nada, tenho que dar uma aula para formandos. Mas, enfim, quem é que liga?!

Outro ponto a ser colocado é que, infelizmente, não vi os créditos. Não estão em um lugar fácil de saber quem foi o roteirista, o desenhista, o arte-finalista, o colorista... "Ah, você acha fácil no site tal". Deveriam constar fácil em cada uma das revistas.  

Para terminar, recomendo demais esta aventura em trê partes. Nós, os jurássicos, nos sentimos bem e o público novo também, pois ficará confortável, apesar do risco de não sacarem algumas referências, já que são crianças. Os desenhos e a colorização estão lindos, impecáveis. Vale muito a pena.

Para a versão em vídeo, onde mostro o interior de cada uma (e consegui a proeza de errar a ordem delas), clique aqui

DESILUSÃO LITERÁRIA É COMO UMA BOMBA QUE EXPLODE DENTRO DA GENTE

Eu não fico anunciando meu blog, pois a intenção não é torná-lo ciente para muita gente que tenho como contato em redes sociais. Deixá-lo qu...