sexta-feira, 16 de maio de 2025

O JARDINEIRO e CASSANDRA [SPOILERS]


Essas duas séries que vi há pouco na Netflix tem algo em comum: feitas como mero entretenimento leve para quem quer esperar o sono, relaxar em frente a TV, sem ter que raciocinar tanto diante da história contada. Ambas possuem pouquíssimos episódios e ambas nadam de braçada no clichê.

O JARDINEIRO é uma produção espanhola que conta a história de Elmer, um cara novo e estranho que vive em um casarão com sua mãe ex-atriz, bonitona, gostosona e com o dedo podre. 

Elmer não possui sentimentos -- isso mesmo, ele não sente desejos, não se comove com os outros, não tem capacidade de empatia, apenas sente uma coisa: incômodo com a presença de outros humanos, principalmente quando se trata de um grupo. Do entendimento que eu tive, a mãe se aproveitou disso para fazer dele um matador de aluguel. 

A partir daqui tem spoilers

A casa tem um imenso jardim, adivinhe para quê. É fácil, este é um dos clichês. O outro clichê: ele se apaixona pela pessoa que deveria matar: uma ruiva bonita, também nova, mas nota-se que já sabe das coisas. Enquanto ele é o cabação virgem, ela é experiente até demais na anatomia masculina. O outro clichê: ele, completamente apaixonado e devaneando uma vida juntos, a flagra com outro. O outro clichê: a mãe dele ficar doida de raiva porque está perdendo seu lugar e também porque ele precisa matar a garota para a mãe receber a grana combinada que serviria para solucionar seus problemas, pois ela tem uma história. Outro clichê: a mãe vingativa que passa a ter o papel de vilã. Outro clichê: dois investigdores desacreditados que se empenham em pegá-lo para se tornarem honrados.

Apesar dos clichês, o que para mim não é nenhum problema, desde que seja uma boa trama, eu gostei da série. As últimas cenas me fizeram dar gargalhadas de tanto rir. Isso mesmo. A situação foi toda resolvida, embora ficou uma promessa de segunda temporada. Será? Série divertida, no sentido que é agradável ver.

💓💓💓

CASSANDRA é uma produção alemã sobre uma família que se muda para uma casa totalmente automatizada por uma inteligência artificial chamada Cassandra, que tem rosto de governanta balzaquiana e conservadora e conta com monitores espalhados por todo o interior da casa, além de um robô do tamanho de um ser humano. Esse robô perambula pela casa, cheio de funcionalidades, até bate punheta. É, isso ficou meio que dado a entender em um ponto da coisa toda, assim como deu a entender que o cara não era gostoso só de roupa (mas calma, é uma série para toda a família, esses detalhes a gente capta, não são tão explícitos).

Vamos aos spoilers e clichês

A rebelião da IA contra os humanos.

NÃÃÃO!! JURA?! COMO É QUE EU NUNCA PENSEI...? 

-- Mas a diferença está nos detalhes -- alguém pode alegar. Só que não! 

Não há nada que salve essa série que é clichê em cima de clichê. É toda clichê a cada minuto. A máquina querendo sacanear a mulher, para ocupar o lugar dela na família, primeiro pregando peças, depois botando os filhos contra ela, depois o marido, depois fazendo todo mundo pensar que ela é louca, hospital psiquiátrico, familia descobre tudo, a máquina prende todos e põe o terror etc. Não é difícil imaginar o desfecho, pois é esse mesmo que você já imaginou.

Tentaram dar uma diferenciada ao alternar a realidade presente com o passado em que vemos que Cassandra realmente existiu, foi a mulher de um cara que a corneava à vontade, pois Cassandra era feia, chata, sem graça e ainda achava que o marido deveria se submeter às suas convenções. Até nisso a gente vê clichê. O homem como o perverso, traidor, egoísta e malvado. Ela, a pobre coitada que vai pirando aos poucos e isso justifica sua maldade. 

Vemos uma Cassandra má, mas o cara também não era flor que se cheire. Tem uma pegada envolvendo os filhos dela com o marido, que prefiro nem comentar: se apostaram como um diferencial, achei foi irrelevante, um desperdício. 

No fim, acho que é assim que eu vejo essa série: um completo e desnecessário desperdício. Há coisas que não "colam", por exemplo: ela automatizava as portas e as luzes, mas as pessoas volta e meia passavam por uma porta, em algum lugar, sem precisar que ela as abrisse. Isso porque ela operava de forma onipresente e onipotente o tempo todo. "Heloow!" A mulher saiu do hospício e conseguiu entrar na casa pelo meio mais clichê sem ser notada. Ah, Ah! Sem falar no homem-banana tão comum de ser retratado atualmente. O baita do homenzarrão inteligente e cheio de testosterona que fica bobo e não sabe o que fazer para defender seus filhos, a ponto de a esposa dada como louca ter que sair lá da PQP para vir salvar todo mundo. Aiin...

💓💓💓

Um filme dos anos 80, chamado A MALDIÇÃO DE SAMANTHA, consegue ser melhor que isso aí. Em uma era onde nem se imaginava a Internet, quanto mais inteligência artificial, o rapaz nerd com pinta de cientista e tarado na vizinha loura, muito bonita e visivelmente mais experiente que ele faz dela um experimento pós-morte, pois a garota é morta acidentalmente pelo pai violento, então o rapaz consegue ressuscitá-la por meio de um negócio, tipo um chip da época, não me lembro muito bem, e ele faz dela uma andróide. Samantha volta à vida, só que se torna, literalmente, uma loura de matar! Ah, Ah! 

Esse filme era uma das bombas que os EUA produziam para a garotada, antigamente, mas funcionou bem para o Brasil, sendo exibido várias vezes na TV, até que o politicamente correto fez o filme desaparecer. Os motivos são óbvios: esses trashes possuíam poucos recursos de efeitos, mas distribuíam matança, sangue e cenas horríveis de como a pessoa vai morrendo. 

Hoje em dia, com esse povo algodão-doce, sei não... Quando foi que a nossa sociedade se tornou... "isso"?

Bom, aí está a experiência que tive com essas duas séries. Já sabe qual eu mais gostei, né? As duas podem ser assistidas sem medo. Elas divertem e tal, então, caso alguém queira e realmente as veja, depois me diga o que achou, qual gostou mais. Um abraço.

8 comentários:

  1. I already saw this movie and I can say that it is crazy, and that lady he meets is such a crazy lady too. The boy and his mum and also sick people.

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    1. You'd seem this first season, or did you see the second too?

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  2. Fabiano,
    Primeiro quero agradecer
    por sua presença
    na ConVersa lá no Espelhando.
    Obrigada por sua transparência.
    Quanto a essa publicação,
    vou anotar e conferir.
    Bjins de bom fim
    de semana aí.
    CatiahôAlc.

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    1. Não vou mentir, suas postagens têm um layout muito original. Original demais!! Mas estou me acostumando. No fim das contas, começo a achar bom que tenha conseguido encontrar essa maneira diferente de postar, eu nunca vi alguém fazer algo parecido. Tenha um pouco de paciência para comigo, eu sou um ser humano comum demais.
      Quanto à transparência, que sentido teria comentar no blog de alguém como se fosse um personagem?
      Um abraço, querida

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  3. Como pretendo ver essa aí do jardineiro, nem li.
    Casandra eu vi e achei bem , bem mediano. O tema é batido sim, desde o Exterminador do Futuro e Matrix, mas daqui pra frente vai aparecer muitas produções com essa temática da IA.

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  4. Fabiano!
    Assisti O Jardineiro e adorei
    do primeiro ao último capítulo.
    Cassandra, vou ainda
    pensar se assisto.
    Obrigada pela dica.
    Bjins
    CatiahôAlc.

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    1. Fico feliz que tenha gostado. O bom de compartilhar algumas coisas que a gente faz é que elas podem ser boas para outra pessoa também.
      Um abraço, querida.

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